19 de set. de 2010

A onda de denúncias para impedir vitória da Dilma

Pipocam a toda hora nestes últimos dias de campanha eleitoral. Faltando duas semanas para a eleição do sucessor ou, pelo que parece, da sucessora de Lula, falar delas se tornou uma verdadeira obsessão para nossa grande imprensa.

Se contarmos o tempo transcorrido desde quando surgiu o "escândalo da Receita", já faz quase um mês que os grandes jornais de São Paulo e do Rio, as maiores revistas de informação e o noticiário da principal emissora de televisão dão cobertura máxima às denúncias de vários tipos contra Dilma, sua campanha, o PT e o governo Lula.Ocaso da Receita e o mais recente, envolvendo o filho da ex-ministra Erenice Guerra, receberam a atenção de todos. Outros, como a bombástica revelação que uma"falha" de Dilma redundara em prejuízo de R$ 1 bilhão aos consumidores de energia elétrica, ficaram reduzidos ao esforço isolado de um veículo (Folha). Como ninguém a levou a sério (nem sequer o jornal que a havia patrocinado), foi logo esquecida.

Essa disposição para denunciar não atinge o universo da imprensa. Brasil afora, jornais e revistas regionais e estaduais mostram-se menos dispostos a fazer coro com os "grandes".O mesmo vale na mídia eletrônica, na qual o tom escandaloso não é o padrão de todas.

É curioso,mas nenhuma dessas denúncias nasceu na internet, contrariando tendência cada vez mais comum em outros países. Lá, é nos blogs e nos sites independentes que coisas assim começam e têm seu curso, muitas vezes enfrentando a inércia da mídia tradicional.Aqui, ao contrário, são os jornalões e os grupos de comunicação mais poderosos os mais afoitos na apresentação e na apuração de denúncias.

Não se discute se são falsas ou verdadeiras. É certo que algumas, como o "escândalo da eletricidade", são apenas bobagens. Outras são importantes e produzem consequências reais, como a que levou à saída de Erenice. Existem as que estavam na geladeira, ao que parece aguardando um"bom momento" para vir à tona, como o" escândalo da Receita".

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